Resíduo agroindustrial tem capacidade de remoção do corante Laranja Safranina, amplamente utilizado em indústrias
Um artigo científico de pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM), publicado internacionalmente, aborda o uso da casca de tangerina como adsorvente para remoção do corante Laranja Safranina, presente em indústrias farmacêuticas, têxteis e centros de pesquisas. Estudos complementares devem ser desenvolvidos para possibilitar futura aplicação em larga escala, mas desde já há demonstração de benefício socioambiental com essa provável solução de baixo custo para o pré-tratamento de efluentes. A maior taxa de remoção encontrada é de 84,75%.
“O corante Laranja Safranina pode ser facilmente detectado, mesmo em baixas concentrações, tornando-se uma ameaça ao ecossistema aquático, pois afeta diretamente a atividade fotossintética e a taxa de oxigênio dissolvido dos corpos d’água. Portanto, é de suma importância que as indústrias removam efetivamente os corantes da água, a fim de promover o menor impacto possível no meio ambiente”, diz Eduarda Freitas Diogo Januário, doutoranda em Engenharia Química pela UEM. O artigo foi publicado em inglês na revista Environmental Technology (Tecnologia Ambiental).
A casca de tangerina tem facilidade de processamento em grande escala, reciclabilidade, versatilidade e remoção eficiente de vários poluentes orgânicos da água. “Considera-se que um bom material adsorvente é aquele que tem poros em sua superfície. Dessa forma, fizemos a caracterização química, morfológica e estrutural do material, por meio de análises específicas, em que foi possível verificar morfologia porosa e heterogênea, superfície predominantemente negativa [como se a casca fosse um ímã para atrair o corante] e grupos funcionais orgânicos que facilitaram a adsorção”, afirma a doutoranda.
Pesquisadores – Além de Eduarda Januário, são autores do artigo científico internacional sobre a casca da tangerina – todos da UEM: Taynara Basso Vidovix, doutoranda em Engenharia Química; Lennon Alonso de Araújo, doutorando em Biotecnologia Ambiental; Laiza Bergamasco Beltran, mestranda em Ciência de Alimentos; Rosângela Bergamasco, docente do Departamento de Engenharia Química (DEQ) e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química (PEQ); e Angélica Marquetotti Salcedo Vieira, docente do Departamento de Engenharia de Alimentos (DAL) e do Programa de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos (PPC).