A enfermagem representa 70% dos profissionais de saúde e cerca de 80% dessa força de trabalho é do sexo feminino
Em comemoração ao dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o Projeto de Extensão Educação, Gênero e Violência, coordenado pela professora do Departamento de Enfermagem (DEN) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Sueli Castilho Caparroz, destaca e homenageia a importância das mulheres guerreiras que lutam contra a pandemia que está causando centenas de mortes diariamente.
Desde o ano passado foram registrados quase 49 mil casos de Covid-19 nos profissionais de enfermagem de todo o Brasil, dentre eles mais de 41 mil foram de enfermeiras, com grande maioria na faixa etária dos 31 aos 40 anos de idade. Nosso país representa um terço das mortes de profissionais de Enfermagem pela doença e os números voltaram a crescer em janeiro de 2021.
O ex-presidente do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), Manoel Neri, comentou, em 2020, sobre a quantidade de mortes ocorridas no Brasil: “É uma situação grave, que exige medidas imediatas para evitar o adoecimento em massa de profissionais, que pode ser catastrófico não apenas para os diretamente afetados, mas para o próprio sistema de saúde do Brasil”.
A importância da enfermagem, profissão essencialmente feminina, tem se mostrado diária no cuidado com os pacientes infectados pelo novo Coronavírus. Além da habitual diferença de gênero que toda mulher enfrenta no cotidiano, a enfermeira ainda precisa lidar com a infecção viral, já que foi comprovado que as mulheres possuem maiores índices de contaminação, muitas vezes, sem poder deixar de lado o cuidado com a casa e com a família, expondo-se constantemente ao vírus.
De acordo com Sueli, o projeto tem como objetivo promover uma mudança cultural para disseminar atitudes igualitárias, respeito à sexualidade e à diversidade de gênero. Homenagear essas mulheres é valorizar a importância do seu trabalho e denunciar as inúmeras injustiças das quais as mulheres geralmente são alvo. “A pandemia gerou efeitos imediatos com o aumento da desigualdade de gênero e piora na qualidade de vida das mulheres. Valorizar o trabalho da enfermagem passa por maior remuneração e representatividade em cargos de liderança, contribuindo para melhorar a igualdade de gênero e construir economias mais fortes”, destaca.
O Projeto
O projeto de extensão é realizado em Maringá e entre seus principais objetivos está a prevenção a formas de violência contra as mulheres por meio de ações educativas nas escolas públicas e comunidades, ao promover o empoderamento de mulheres e meninas por meio do conhecimento sobre seus direitos sexuais, reprodutivos, justiça reprodutiva e violência obstétrica.