Projeto de extensão promove a adoção de um estilo de vida saudável como forma de prevenir o desenvolvimento do câncer
O Projeto de Conscientização e Prevenção ao Câncer (PCPC), vinculado ao Departamento de Ciências Básicas da Saúde (DBS) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), tem como objetivo principal levar informações básicas sobre os diferentes tipos de câncer à população em geral, contribuindo para a prevenção desta doença.
De acordo com Alice Maria de Souza-Kaneshima, docente do DBS e coordenadora do PCPC, a população em geral é carente de informações sobre o câncer, como fatores de risco e medidas de prevenção. “Muitas pessoas ainda não têm consciência de que as mudanças provocadas pelo próprio homem no meio ambiente, bem como os hábitos e o estilo de vida, podem ser responsáveis pelo aumento do risco de desenvolver a doença” explica a docente.
Criado em 2016, o PCPC desenvolve atividades para públicos de todas as idades, desde crianças até idosos. São reuniões e palestras educacionais que ocorrem nas cidades de Maringá e Marialva, em instituições religiosas, associações de moradores, academias, na Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC), em lojas e empresas de Maringá e também dentro da UEM, principalmente para alunos da Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI) e do Colégio de Aplicação Pedagógica (CAP).
As ações do projeto possibilitam o esclarecimento de dúvidas sobre o câncer, desmistificando a ideia de que esta doença é fatal e incurável. “Também estimulamos a adoção de hábitos de vida saudável, sempre enfatizando que a alimentação nutritiva, a prática de atividades físicas regulares, o combate ao tabagismo e obesidade e a diminuição do consumo de alimentos industrializados são capazes de evitar o desenvolvimento do câncer em praticamente 90% dos casos” informa a coordenadora do PCPC.
Maria Sueli Georg, aluna da Unati, participou de uma palestra educativa do PCPC sobre o Câncer de Mama e afirma ter aprendido a se cuidar melhor e a fazer o autoexame. “Tenho moderado o consumo de carne vermelha, reduzi as bebidas açucaradas, consumo menos óleo, mais legumes, vegetais e frutas” explica Georg.
PCPC na Pandemia
Devido ao isolamento social decorrente da pandemia em que vivemos, o projeto teve que se adaptar. Visando melhorar a qualidade de vida e aumentar a imunidade da população em geral, os integrantes do PCPC desenvolveram vídeos informativos sobre alimentação saudável, que foram publicados no site da Coordenadoria de Promoção e Relações Públicas (CPR) da UEM, encaminhados aos alunos da UNATI e distribuídos em vários websites. Também foram elaborados vídeos específicos para os grupos de risco da Covid-19, como diabéticos e hipertensos.
Recentemente, o projeto deu início a um trabalho de conscientização por meio do Instagram e Facebook, com o intuito de divulgar informações sobre o câncer, suas características e formas prevenção. Além disso, algumas atividades presenciais continuam sendo realizadas, como reuniões e palestras em empresas de Maringá, mas sempre respeitando as medidas de proteção contra o Coronavírus.
Atualmente, o PCPC possui 15 integrantes. São docentes do DBS e do Departamento de Medicina (DMD) da UEM, alunos de graduação e pós-graduação da Universidade, além de profissionais médicos, psicólogos, dentistas e nutricionistas.
Para a coordenadora do projeto, “o trabalho desenvolvido até o momento por nossos alunos e toda a equipe junto à população em geral, tem proporcionado benefício mútuo, tanto no aspecto de aprendizagem, como mudança de estilo de vida e cuidado com a saúde, mas ainda há muito a se fazer. A mudança de comportamento de uma população não é algo fácil e requer paciência e tempo”, enfatiza Souza-Kaneshima.
Outubro Rosa e Novembro Azul
O PCPC trabalha com prevenção primária, ou seja, busca impedir que o câncer se desenvolva. Souza-Kaneshima afirma que a única maneira de fazer isso é informando a população, para que esta seja capaz de identificar os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer e adote um estilo de vida saudável.
A coordenadora do projeto reconhece a importância de campanhas como o Outubro Rosa e Novembro Azul, mas explica que “essas campanhas têm se baseado apenas em métodos de rastreamento precoce, estimulando a população a procurar centros de saúde para diagnóstico precoce de um câncer que já está em desenvolvimento. Estas campanhas realmente têm contribuído para a diminuição do número de mortes, mas raramente discute-se sobre os fatores de risco e as formas de prevenção que são fundamentais para a diminuição do número de casos no país”.