A obra também concorre à premiação da Associação Brasileira das Editoras Universitárias
O livro "Para além das Colunas de Hércules, uma história da paraconsistência: de Heráclito a Newton da Costa", de autoria do professor Evandro Luís Gomes, do Departamento de Filosofia da UEM (Universidade Estadual de Maringá), com coautoria da professora Itala M. Loffredo D'Ottaviano, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, é finalista no Prêmio Jabuti no eixo Ensaios - Humanidades.
O Prêmio Jabuti é o mais importante prêmio literário do País e é organizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). Este ano o prêmio comemora 60 anos e está totalmente repaginado. O formato atual tornou o prêmio muito mais competitivo. Há menos categorias e mais competição em cada uma delas. A cerimônia de entrega ocorre em novembro.
A obra também concorre na categoria Menção Honrosa do Prêmio ABEU, da Associação Brasileira das Editoras Universitárias. A cerimônia de premiação ocorre no dia 5 de novembro, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, quando serão apresentados os ganhadores de cada categoria.
O livro aborda as lógicas paraconsistentes, que servem para fundamentar domínios onde se aceita haver proposições que sejam uma a negação da outra, sem que, no entanto, as teorias correspondentes a esses domínios resultem triviais, ou seja, sem que a lógica envolvida seja capaz de demonstrar todas as proposições possíveis na linguagem do sistema, o que aconteceria se a lógica fosse clássica.
A consistência lógica está relacionada à coerência teórica ou à não contraditoriedade. A presença de inconsistências, quando a lógica emprega é a clássica, falsifica a teoria. Apenas lógicas paraconsistentes são capazes de manejar inconsistências teóricas sem o risco de falsificação.
Paraconsistência é um termo introduzido em 1976 pelo filósofo peruano Francisco Miró Quesada, que se estabeleceu como nome próprio para as lógicas tolerantes à contradição, inconsistentes, mas não triviais.
O professor Evandro explica que essas lógicas têm sido aplicadas no manuseio de dados contraditórios em bancos de dados, me modelos teórico- científicos, em sistemas inteligentes aplicados à medicina, teoria do controle de processos, em Direito, em Ética, em Filosofia e até mesmo em Teologia. “A paraconsistência pode ser aplicada em qualquer área do conhecimento em que haja necessidade de manusear dados contraditórios”, afirma.
O livro está sendo traduzido para o inglês, em versão ampliada, para que leitores de todas as partes do mundo conheçam os episódios da jornada intelectual da história da paraconsistência, que se inicia definitivamente com a publicação, em 1963, da tese Sistemas Formais Inconsistentes, do lógico e filósofo paranaense Newton da Costa.