Coletivo Yalodê-Badá apresentou o projeto ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão nesta quarta-feira, 12 de setembro
Integrantes do Coletivo Yalodê-Badá apresentaram, nesta quarta-feira, dia 12, às 14 horas, ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEP), proposta para a implantação do sistema de cotas raciais na Universidade Estadual de Maringá (UEM). A reunião foi realizada no bloco C-34, no câmpus sede, e contou com a presença da comunidade acadêmica e externa à universidade.
O projeto foi exposto com detalhes, abordando o contexto histórico, dados sobre as cotas raciais no Brasil, políticas de interiorização do ensino superior no Paraná, os pontos positivos da implantação das cotas e, por fim, a proposta de resolução. O documento foi elaborado pelo coletivo negro Yalodê-Badá juntamente com o Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afro-brasileiros (Neiab) e defende que sejam destinadas às cotas raciais 20% das vagas de cada curso de graduação.
O reitor da UEM, Mauro Baesso, afirmou que o trabalho realizado pelo grupo e Neiab é louvável. Destacou ainda que a sociedade não é homogênea e que é necessário considerar tal realidade e adotar as medidas necessárias para que a população tenha uma vida melhor e mais justa.
A pró-reitora de Extensão e Cultura, Itana Gimenes, explica que este é um movimento importante. “A expectativa é que as cotas raciais sejam aprovadas de maneira tranquila e que a Universidade possa avançar nesta questão”, afirma.
“O objetivo do evento foi apresentar a questão das cotas raciais aos conselheiros. O documento já foi entregue, mas acreditamos que houve necessidade de fazer a apresentação devido à importância do tema”, ressalta a diretora de Cultura da UEM e coordenadora do Neiab, Marivânia Araújo.
O doutorando em Psicologia e integrante do Yalobadê-Badá, Paulo Vitor Navas Coni, explica que a expectativa é que ocorram audiências públicas para que a comunidade também participe. Ele afirma ainda que vê a apresentação como positiva e acredita que as cotas raciais devam ser de fato implementadas na UEM nos próximos anos.
A aluna do terceiro ano do curso de Ciências Sociais, Daniara Thomaz, destacou que o tema foi retomado em 2016 pelo coletivo negro. “Essa luta vem como uma forma não apenas de inserir a população negra na universidade, mas também de democratizar o ensino público porque quando a gente pede um ensino público de qualidade e gratuito, a gente está falando de democratização do ensino. E isso conta com inserção de pessoas negras na universidade, de uma produção acadêmica e científica mais variada, diversificada e plurirracial”, ressalta Daniara.
De acordo com o presidente da Câmara de Graduação do CEP, Luiz Fernando Lolli, o processo já está sendo analisado e deverá ter designado não apenas um relator, mas um grupo de relatores. O prazo para definição do grupo é de aproximadamente um mês. Não há tempo determinado para análise e discussão do tema no Conselho, visto que o assunto deverá ser esgotado e os debates concluídos para que uma decisão seja tomada.