No mês que marca o dia Mundial de Combate à Tuberculose, o laboratório passa a realizar o exame que fornece o resultado em aproximadamente duas horas
Em 24 de março de 1882, o médico Robert Koch anunciou a identificação do bacilo da tuberculose (TB). Em 1982, a Organização Mundial da Saúde (OMS), em homenagem aos 100 anos do anúncio, definiu a data como o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Altamente transmissível, a doença atinge principalmente os pulmões e é caracterizada por sinais de tosse seca ou produtiva por mais de três semanas. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, são notificados 70 mil novos casos todos os anos, com a morte de aproximadamente 4,5 mil pessoas.
Na UEM (Universidade Estadual de Maringá), o setor de Bacteriologia Médica do Lepac (Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas ) oferece gratuitamente o exame para diagnóstico de pacientes das 13ª, 14ª e 15ª Regionais de Saúde, o atendimento ultrapassa trinta municípios. A coleta é realizada nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), domicílios (após orientação) e hospitais. As amostras são encaminhadas ao laboratório via Secretaria de Saúde de cada município, evitando que o paciente tenha que se deslocar até Maringá.
No início de março, a Universidade recebeu um novo equipamento, chamado GeneXpert, para diagnóstico molecular da bactéria causadora da tuberculose. O exame tem como base a pesquisa de DNA e pode utilizar amostras diferentes, como escarro, líquor, biópsias, entre outros. O teste rápido molecular para tuberculose fornece o resultado em aproximadamente duas horas. O método informa se o paciente tem a bactéria causadora da doença e acusa a resistência a um medicamento que é utilizado no tratamento.
O diagnóstico era realizado pela baciloscopia que consiste na observação do bacilo da tuberculose no microscópio óptico, após a confecção e coloração de lâminas por técnica específica. Segundo a professora do Departamento de Análises Clínicas e Biomedicina, Regiane Bertin de Lima Scodro, este método continuará sendo realizado para pacientes em tratamento (para verificar se diminui o número de bactérias durante o tratamento), em materiais ainda não padronizados até o momento para esta nova tecnologia, para pacientes recidivas da doença ou pacientes que retornam após abandono do tratamento.
A bioquímica Daniela Micheletti, do Lepac, ressaltou a importância desta nova tecnologia, bem como a participação de todos da área da saúde para que se atinja a meta da redução desta doença, que apesar de ter cura, permanece um problema de saúde pública no Brasil e em muitos países. “Este exame veio revolucionar o diagnóstico da TB, pois aumentou muito a sensibilidade do teste, além do tempo reduzido para o resultado”.
O GeneXpert foi financiado pelo Ministério da Saúde (MS) e a parceria com a 15ª Regional de Saúde facilitou sua vinda para o município de Maringá. Os suprimentos do equipamento são custeados pelo órgão federal e a sua manutenção será realizada pelo Governo do Estado.