Estão sendo realizadas videoconferências em diferentes áreas, que permitem a troca de experiências entre a equipe do hospital e outros centros de saúde
A Rede Universitária de Telemedicina (Rute) vem aproximando médicos, enfermeiros, residentes e servidores técnicos do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) de outros polos de pesquisa e atenção à saúde do país. Por aqui, a divisão de Documentação Cientifica (audiovisual) viabiliza cerca de 25 encontros mediados pela tecnologia de videoconferência, nos quais se discute casos e atualizações de diferentes áreas da área da saúde.
A Rede Universitária de Telemedicina é uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia, apoiada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Associação Brasileira de Hospitais Universitários (Abrahue), que é coordenada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). O objetivo é apoiar o aprimoramento de projetos em telemedicina já existentes e incentivar o surgimento de futuros trabalhos interinstitucionais. Quando se fala em telemedicina pensa-se no uso das tecnologias da informação e telecomunicação para o fornecimento de informação e atenção médica à distância.
Segundo José Roberto de Lima Garcia (à direita na foto abaixo), coordenador e técnico da Rute no HUM, desde 2012, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) disponibilizou a infraestrutura necessária de serviços de comunicação, assim como parte dos equipamentos de informática para viabilizar a participação do hospital nos diferentes eventos de discussão de pesquisas chamados SIG (a sigla, em inglês, para o termo Grupos de Interesse Especial), que são a forma como a Rute funciona. Os SIG são compostos por grupos de pesquisa e ação em saúde que se encontram regularmente para debater descobertas e dúvidas. Estas atividades em grupo reúnem instituições participantes da Rute, por meio de tecnologias digitais interativas.
“Aqui no HUM são realizadas videoconferências em diferentes áreas, que permitem que os estudantes, médicos e enfermeiros daqui troquem experiências e informações sobre os casos que acontecem no nosso hospital. Essas reuniões ajudam na educação dos alunos, na colaboração dos médicos e permitem que eles avaliem os dados de atendimento feitos em diferentes instituições de saúde do país. Além disso, diminuem os custos de treinamento e educação dos nossos profissionais”, explica José Roberto.
O convênio entre a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) e a Universidade Estadual de Maringá (UEM), que permitiu a participação do HUM na Rute, foi firmado em 2009. Mas só em 2012 começaram as videoconferências. Um dos primeiros SIG a funcionar foi o telepsiquiatria, hoje coordenado pelo psiquiatra Mauro Porcu. Segundo o professor da graduação em Medicina da UEM e da Residência em Psiquiatria do HUM, a participação nos SIG não só enriquece os participantes com informações como também leva o nome da UEM e do hospital a serem conhecidos nacionalmente. “Durante os SIG nós apresentamos alguns serviços e pesquisas que realizamos e somos elogiados por isso, frequentemente”, disse o médico (à esquerda na foto acima).
Os alunos concordam com o professor. Laís Medina, aluna do segundo ano da residência em psiquiatria, disse que, na maior parte dos encontros, discute-se casos clínicos “o que permite que a gente ganhe experiência a partir da realidade dos outros”. A colega de residência, Thaisa Canassa, acrescentou que “essas discussões trazem à luz desafios clínicos e contribuem para que tenhamos novas visões dos serviços de todo o país”. Felipe Orlandi, do primeiro ano da residência, ainda lembrou que a tecnologia permite que os alunos vivam experiências. “Ao entrar em contato com outros serviços de psiquiatria conseguimos encontrar referências novas. Às vezes, orientamos os colegas a partir dos nossos casos, às vezes, somos orientados por eles. E, mesmo que algum caso não faça parte da nossa realidade, as discussões poderão ser importantes para questões que possam surgir no futuro”, alertou o residente. O grupo de alunos que estava participando do SIG ainda contava com Suelen Tavares, Andre Manzotti e Bárbara Orathes, do primeiro ano da residência, e Amália Costa, do segundo ano.
José Roberto Garcia informou, também, que há 22 SIG acontecendo no HUM (entre eles, bucomaxilofacial, trauma e cirurgia, cirurgia pediátrica, telenfermagem, teledermatologia) sistematicamente. Há semanas que são realizadas até cinco conferências. O coordenador da Rute lembra que, além das transmissões das SIG há as videoconferências técnicas, que são agendadas todos o mês. Essas reuniões são realizadas com a Secretária Estadual de Saúde (Sesa), com a Escola de Governo e com a Celepar. Antes, os técnicos do HUM tinham que ir para Curitiba fazer treinamento. Com a implantação da estrutura de videoconferências no hospital esses treinamentos passaram a ser realizados via tecnologia sem o deslocamento dos servidores. “Os benefícios são muitos. Entre eles, custo zero e segurança para nossos funcionários”, destacou Garcia.
Para garantir a estrutura necessária, José Roberto cuida de perto de toda a estrutura. “Hoje existem duas salas para a realização dos SIG e dos treinamentos, e uma de webconferência, que serve ao mesmo objetivo da Rute, mas usa a web como tecnologia”, completou o técnico do HUM.