Foi realizada uma festa junina para receber as doações, no bloco administrativo do hospital
Nesta quinta-feira (22), voluntárias da comunidade e do Hospital Universitário de Maringá (HUM) realizaram uma grande confraternização para registrar a doação de dezenas de peças infantis que serão distribuídas às crianças internadas nos setores de Pediatria e de Ginecologia e Obstetrícia, e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. O material foi confeccionado pelas senhoras do grupo Pontinhos de Amor, da Unidade Básica de Saúde (UBS) Mandacaru, e entregue às integrantes do projeto Abraço Quentinho, formado por voluntárias do HUM. O evento contou com a presença de muitos convidados, especialmente, dirigentes e funcionários que atuam nos setores onde estão as crianças e bebês atendidos no Hospital Universitário.
O projeto Abraço Quentinho do HUM surgiu da vontade da voluntária Cacilda Gasparin de confeccionar gorros, luvas e sapatos para as crianças com câncer. Ela entrou em contato com o Hospital do Câncer de Maringá (HC), que informou que só atendia adultos. Então, ela contatou o HUM e, com a intermediação do doutor Sérgio Yamada, assessor especial para Ensino, Pesquisa e Extensão, e a assistente social que atende esta área, Márcia Liberatti, começou a confeccionar e doar esses produtos para a pediatria do HUM. No ano passado, ela realizou várias ações sozinha, apenas com a assessoria do marido, o professor João Luiz Gasparin, contabilizando mais de 200 peças entregues. No verão, ela mudou de estratégia e produziu material recreativo como jogos da memória, jogos da velha e bonecos de pano para serem entregues às crianças.
Em dezembro do ano passado, na confraternização de todos os voluntários do hospital, quando uma média de 120 pessoas foi ao HUM, ela convidou a todos que possuíam interesse para se juntar ao trabalho. Atualmente, são nove pessoas que compõem o grupo que se denomina “Abraço Quentinho”: Maria Aparecida Pizani, Marília de Carvalho, Isabel Costa, Maria Aparecida dos Santos, Maria de Lourdes Gerardi, Eli de Campos, Marta Lima e Rosária Vaz, além de dona Cacilda. Nem todas puderam estar presentes na festa. Há também quem ajude de fora como as senhoras do grupo Pontinhos de Amor, que fizeram a doação nesta quinta-feira (foto abaixo).
Pontinhos – Segundo a coordenadora do grupo voluntário da UBS Mandacaru, a agente comunitária de Saúde (ACS) Sirlei Reis Ferreira, a equipe de também começou de um sonho. “Sempre tivemos vontade de montar um grupo com as mulheres que atendemos no Programa Saúde da Família. A ideia era mostrar para elas que nosso trabalho é o de promover saúde e não de curar. E promover saúde é envolver essas mulheres em atividades que possam fazê-las ter melhor qualidade de vida. Nossa intenção é tirá-las de casa, fazer com que exercitem sua mente, produzindo as peças, e seu corpo, indo às reuniões e participando de eventos como esse. De quebra, ainda ajudamos a quem precisa, como é o caso de crianças e mães que vêm aqui para o HUM”, explicou a ACS.
O grupo doou, além de cueiros, blusinhas e outras peças de roupa, dezenas de sapatinhos e toquinhas de lã, e o polvo terapêutico, um boneco com tentáculos de linha, que vem sendo usado para proteger recém-nascidos nas incubadoras e dando mais qualidade ao período de internamento dos bebês na UTI.
Segundo a enfermeira Raquel Henriques, responsável pela ala da pediatria, essas doações são recebidas de forma extremamente positiva pelas mães e pelas crianças internadas no setor. “Para cada um de nós pode parecer uma coisa simples. Mas nosso público é muito carente. Muito simples. Um sapatinho que é feito por vocês entre as outras atividades do dia a dia é recebido com muita emoção pelas mães que, às vezes, não têm uma peça no enxoval. E as crianças, às vezes em sofrimento, mudam de humor quando recebem um joguinho ou um boneco. Eles abraçam esses bonecos e ficam mais felizes. Por isso, a gente se emociona com as doações”.
Edilaine Aparecida Freitas, enfermeira da UTI Neonatal, completou que esses mimos, como o polvo que vem sendo distribuído, são uma forma de dar conforto “a mães que têm sua vida transformada pelo problema do filho e que vão ficar semanas, meses no hospital até que possam levar seus bebês para casa. Esse é um carinho que aquece o coração delas e das crianças”.
A diretora de Enfermagem do HUM, Marli Balan, representou a direção do HUM no evento. Ela lembrou que uma gincana realizada na Semana de Enfermagem do hospital, que aconteceu em maio deste ano, arrecadou lã para a confecção do material que vem sendo produzido pelas voluntárias. Marli agradeceu às senhoras da UBS do Mandacaru e do HUM, dizendo que esse é um trabalho “que faz a diferença e que precisa continuar, porque contribui com a felicidade de muitas pessoas, mães e crianças que frequentam o hospital. Nós agradecemos muito em nome delas e em nome da superintendência do HUM”, falou a diretora, que entregou um diploma a coordenadora do projeto na UBS Mandacaru, Sirlei Ferreira.
Abraço - A equipe do Abraço Quentinho se reúne quinzenalmente. A coordenadora Cacilda disse que todo o material recebido será agora organizado para compor o que chamam de Kit Emergência, que são roupas doadas para aquelas mães que dão à luz aos bebês sem possuírem enxoval. Essas peças são confeccionadas com retalhos dos tecidos que sobram do processo de confecção das roupas produzidas para o hospital, como aventais, roupas de cama etc. “O kit é composto por mantas, cueiros, sapatos, luvas gorros, toalha de boca e, em parceira com a Obra do Berço, também estamos colocando banheira e macacão para o bebê. Existe também o Kit Alta, que apesar de ser menor do que Kit Emergência, também conta com mantas, cachecol e roupas seminovas”, explicou dona Cacilda. Segundo ela, a partir do segundo semestre deste ano, o grupo também atenderá às mães dessas crianças com oficinas de artesanato. O material para realização das aulas será doado pelos próprios voluntários ou por pessoas externas ao grupo. “Quem quiser doar, pode entrar em contato com Márcia Liberatti, na Assessoria de Ensino e Pesquisa em Extensão, no HUM”, anunciou.
De acordo com Márcia Liberatti, o papel da assessoria é favorecer para que “essas ações do trabalho voluntário se concretizem dentro do ambiente hospitalar. Existem muitos modos de se produzir o cuidado por aqui, como assistência espiritual, doações de materiais... Então, é preciso realizar essa ponte entre os voluntários e suas ações para com o espaço do hospital e suas equipes”, relata a assistente social, que vem dando todo o apoio ao Abraço Quentinho e outros 110 voluntários que atuam em diferentes grupos dentro do HUM.
Estiveram presentes, também, à festa junina das voluntárias: o diretor de Análises Clínicas e Farmácia Hospital, Cleverson Poças; a chefe da divisão de Atendimento, Viviane Guilherme Douradao; a representante da Divisão de Internamento, Lorena Monteschio; a presidente da Associação dos Amigos do HUM, Mirian Bardeja; todo o grupo do Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar (Sareh) do HUM; e a enfermeira da UTI Neonatal, Ana Paula Mechia.
Coautoria de Aline Saab