A partir desta quarta-feira (1), o Pronto Socorro do Hospital Universitário Regional de Maringá inicia mudanças no atendimento por meio do projeto de “Acolhimento com Classificação de Risco”, conhecido pela sigla ACCR. As mudanças foram explicadas para a imprensa numa entrevista coletiva que ocorreu, nesta terça-feira (30), na sala da superintendência do HUM (foto).
“A gente não vai correr o risco de ter paciente hipertenso aguardando consultas”, exemplificou o superintendente do hospital, José Carlos Amador. Para ele, as alterações irão “organizar o fluxo de pacientes”. Já, o chefe da Divisão de Atendimento do PS, Marinaldo José dos Santos, afirma que o objetivo principal do Acolhimento é permitir a classificação do paciente e não excluí-lo. “Por isso, a palavra triagem não se encaixa, porque ela é excludente”.
Enfermeira encarregada do Pronto Socorro, Hellen Carla Ricki, assegurou que, em média, o paciente que for classificado com a cor amarela deverá ser atendido em 20 minutos. “O que podemos referenciar são os pacientes classificados com as cores verde e azul”, completou, referindo-se aos casos menos graves, em que as pessoas deverão ser encaminhados às Unidades Básicas de Saúde.
Com as mudanças que serão implementadas, o paciente, quando se dirigir ao Pronto Socorro, não será mais atendido pela ordem de chegada. Um profissional de enfermagem ficará na recepção do PS para classificar os pacientes de acordo com a gravidade do problema. A classificação será feita pelo sistema de cores. Trata-se de uma ação criada pelo Ministério da Saúde, por meio da Política Nacional de Humanização, a PNH. Ao decidir adotar esta metodologia, o hospital teve que capacitar seus profissionais ao longo deste ano, além de fazer a adaptação de salas e outros espaços físicos.
Nesta preparação, foram realizadas oficinas com servidores das áreas de enfermagem, nutrição, laboratório, lavanderia, higiene e limpeza, medicina, farmácia, serviço social, recepção, costura e da Assessoria Técnico Científica (ATC). Também foram envolvidos professores de enfermagem e profissionais do Grupo de Trabalho em Humanização. A capacitação incluiu ainda a oferta de vários cursos, além de visita técnica a serviços que implantaram o ACCR, como o Hospital Municipal de Maringá, Hospital Universitário de Londrina, Hospital Pronto Socorro de Canoas, Grupo Hospitalar Conceição e o Hospital Odilon Behrens, de Belo Horizonte.
Rodas de conversa com servidores, para buscar propostas de mudanças no fluxo de atendimento, nos ambientes e no dia-a-dia de trabalho, também fizeram parte das iniciativas de preparação. O resultado deste processo de capacitação multiprofissional foi a elaboração de um documento, pela equipe médica e a equipe de enfermagem, chamado Protocolo de Classificação de Risco, a ser utilizado como guia na execução do projeto. As atividades de preparação permitiram a melhora do relacionamento entre os membros da equipe de atendimento e a construção de um processo coletivo de discussão do processo de trabalho.
É importante esclarecer que a Política Nacional de Humanização (PNH), da qual deriva o projeto de Acolhimento, foi formulada a partir da sistematização de experiências do Sistema Único de Saúde (SUS) que dá certo.