O Brasil é o quinto país com maior número de publicação em revistas de impacto atualmente. A informação foi passada pelo professor Jaime Aparecido Cury, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba/Unicamp, hoje de manhã (2), na UEM. Ele ministrou a aula inaugural da segunda turma do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Estadual de Maringá (PGO). Abordou o tema Os Desafios para Publicação em Revistas de Impacto – do projeto de pesquisa à redação do artigo.
O professor falou sobre os desafios em geral, as revistas de impacto, a evolução da avaliação da produção científica da Odontologia brasileira, a contribuição brasileira na área, os desafios da publicação em revistas de impacto e sobre sua experiência. Disse que, na década de 1990, houve um crescimento da produção científica na área no Brasil; que, em 2006, a Odontologia brasileira ocupava o 15º lugar em publicação científica; e que, hoje, detém o 5º lugar. Ressaltou que, no triênio 2001-2003, a produção científica foi maior que durante todo o século XX. Nas publicações Medline, foram 758 artigos contra 423; já no ISI, foram 898 contra 854.
Lembrou que, há poucas décadas, a Odontologia era vista como de segunda linha e que não havia critérios definidos para concessão de bolsas para pesquisadores da área. Nessa época, o importante era publicar, não importando muito o que, nem onde. Para ilustrar, citou o caso de uma pessoa que havia publicado 40 resumos e nenhum artigo. Segundo Cury, hoje, a Odontologia tem respeito e credibilidade.
Entre as experiências na Faculdade de Odontologia de Piracicaba, citou a de cobrar dos pós-graduandos a defesa do projeto de pesquisa já no primeiro ano do curso, assegurando que eles tenham um projeto e, depois, possam apresentar também artigos. Disse também que, certa vez, levou à sala de aula diversas teses para que os alunos escolhessem uma, estudassem, apresentassem um projeto da tese, a analisassem e escrevessem um artigo.
Cury é graduado em Odontologia, mestre em Ciências, na área de concentração em Bioquímica, doutor em Ciências Biológicas e pós-doutor pela Universidade de Rochester, nos Estados Unidos. É membro do corpo editoral do periódico Journal of Dental Research e revisor de outros 13 periódicos.
Sonho realizado
Antes da aula, o coordenador do PGO, Adilson Luiz Ramos, lembrou que o curso é um sonho sendo realizado. Agradeceu a todos que participam dele e o apoiam; parabenizou os que cumpriram com empenho o primeiro ano do curso em 2008; e ressaltou a importância da produção científica. A chefe do Departamento de Odontologia, Miriam Marubayashi Hidalgo, saudou os alunos que aceitaram o desafio de cumprir o programa e os incentivou a prosseguirem da melhor forma. Destacou também a necessidade da experiência dos que já trilharam o caminho da produção científica em revistas de impacto, como a de Cury. Já o diretor adjunto do Centro de Ciências da Saúde, Ângelo José Pavan, lembrou que o PGO é mais um programa que a UEM estimula e que pretende que tenha boa qualidade, visando a formar futuros profissionais e docentes de alto nível. Outra preocupação é deslanchar a produção científica e manter o curso com qualidade.
