cezar helbel

Campanha busca alertar e conscientizar sobre formas de contágio e tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)

O Dezembro Vermelho é uma campanha nacional que tem o objetivo de chamar a atenção para a prevenção contra o vírus HIV, a Aids e outras ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), além de apoiar a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV.  No mundo, muitas ações voltadas ao tema se concentram no dia 1º de dezembro, que é o Dia Mundial de Combate à Aids.

Segundo informações do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do HUM, no período de janeiro a novembro desde ano foram registrados em pacientes do hospital 14 casos de infecção por HIV, a maioria em homens (12). Já os casos de sífilis adquirida a maioria foram mulheres, representando 25 casos dos 41 notificados. Além disso, o hospital também atendeu 30 pessoas infectadas como hepatites, sendo 13 mulheres e 17 homens. 

O médico infectologista do HUM, César Helbel, explica que o primeiro ponto que as pessoas com vida sexual ativa devem entender é a sua vulnerabilidade. “Quem tem relações sexuais desprotegidas com mais de um parceiro ou parceira, precisa saber que ela está exposta e que, então, periodicamente terá que se submeter a uma avaliação clínica pensando nas ISTs. Outra coisa é não negligenciar os sintomas, que podem ser, entre outros, lesões, corrimentos ou mesmo dores na hora da prática sexual ”. 

Helbel também ressalta que o diagnóstico precoce é importante, pois, quanto antes alguém descobre que tem o vírus, mais cedo é possível começar o tratamento, prevenindo doenças oportunistas e ganhando mais qualidade de vida. “Reconhecer um HIV recém-adquirido pode fazer com que nunca se tenha sintomas e tratar o quanto antes faz com que a doença tenha um prognóstico muito melhor. Então é fundamental para quem está exposto, sempre realizar exames, para descobrir antes que a doença se manifeste”.

Tratamento

Segundo o médico, o tratamento para quem vive com HIV é feito com medicamentos (comprimidos) antirretrovirais, que antigamente eram chamados de coquetel. “Tinha esse nome porque era numerosa a quantidade de comprimidos, hoje já não são, sendo possível tratar o HIV tomando um (comprimido) por dia. Esse tratamento faz com que a carga viral se torne indetectável, ou seja, o vírus não circula, então a pessoa passa a ser portador do vírus, sem ter a doença, proporcionando uma expectativa e qualidade de vida semelhante a de qualquer outra pessoa que não seja portadora”.

Prevenção 

O preservativo, ou camisinha, é o método mais conhecido, acessível e eficaz para se prevenir da infecção pelo HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), como a sífilis, a gonorreia e também alguns tipos de hepatites. Além disso, ele evita uma gravidez não planejada.

“Há também a PEP e PrEP. A primeira é a profilaxia pós-exposição, para quem teve uma relação sexual e não usou preservativo, deve procurar um atendimento médico até 72 horas depois da exposição e fazer uso de antirretroviral por um período de quatro semanas. Já a PrEP, Profilaxia Pré-Exposição ao HIV, consiste no uso continuo de antirretrovirais que são utilizados antes da exposição”, explica Helbel.