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Graduado em Artes Visuais, Augusto Batista fez curso do IEJ e conseguiu vaga na Yokohama Design College

Aluno egresso da licenciatura em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Augusto Mariano Dias Batista realizou o sonho que o acompanhava desde o início da graduação: viver no Japão. O jovem, de 23 anos, passou no Teste de Proficiência em Língua Japonesa (JLPT, na sigla em inglês para Japanese-Language Proficiency Test) e conseguiu uma vaga na Yokohama Design College, onde estuda há um mês e meio.

No país asiático, Augusto aprimora seus estudos sobre a língua local e ainda faz aulas de arte para mangás, as histórias em quadrinhos japonesas, sua grande paixão.

Um dos fatores responsáveis pela realização do sonho, segundo ele próprio, foi o Curso Preparatório para o Teste de Proficiência Japonesa, ofertado pelo Instituto de Estudos Japoneses (IEJ), da UEM. Durante a graduação, o estudante frequentou as aulas de japonês e viabilizou, assim, o intercâmbio para o outro lado do mundo.

 

Artes Visuais

Desde criança, Augusto tem o desenho como hobby. Quando chegou à idade de escolher uma profissão, teve certeza de que seguiria uma carreira artística. “Eu sempre soube que eu queria ser desenhista, desde pequeno. Gostava de desenhar, de assistir desenho animado na televisão, então eu pensava: ‘quero trabalhar com isso’”, contou, citando as animações “Naruto”, “One Piece”, “Dragon Ball” e “Hunter x Hunter” como algumas de suas inspirações.

Natural de Dourados, no Mato Grosso do Sul, o jovem foi aprovado no vestibular da UEM para Artes Visuais. O curso, na modalidade de licenciatura, teve especial importância para o estudante. “Desenhar é uma coisa, ensinar a desenhar é outra coisa. Para mim, foi muito importante, não só aprender a ensinar os alunos, mas ensinar a mim mesmo, entender o processo. Foi nesse período (da graduação) que eu entendi que não adianta você saber desenhar, saber copiar, você precisa conhecer o seu estilo próprio também”.

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Desenho digital feito pelo egresso de Artes Visuais Augusto Batista, com inspiração na animação "Pokémon"

 

Curso de japonês

Durante quase todo o período da graduação em Artes Visuais, Augusto se dividiu entre o Departamento de Teoria e Prática da Educação (DTP) e o Bloco 29 do câmpus sede da UEM, onde fica o Instituto de Línguas (ILG).

Foi a mãe, Heiracles Batista, quem propôs que o filho se matriculasse no Curso Preparatório para o Teste de Proficiência Japonesa. Mesmo durante a pandemia de Covid-19, as aulas do curso continuaram, de forma remota, e passaram a ser gratuitas.

“Foi muito bom porque a sensei Kiyomi me ensinou muito sobre japonês. Além do idioma, aprendi bastante sobre a vida no Japão, em geral. Ela me ensinou sobre como funciona o trem, como funciona a reciclagem, como é o pensamento dos japoneses… E, quando eu cheguei no Japão, eu já sabia tudo isso”, relatou Augusto, destacando o trabalho de uma das professoras do IEJ, Kiyomi Tanaka Kanabushi.

Hoje, o jovem reconhece a importância de ter realizado atividades extracurriculares e recomenda o mesmo aos demais discentes da Universidade. “Quando você vai fazer uma faculdade, tem que entender que é um novo mundo, e se dedicar a coisas novas. Até porque tudo que você aprende em uma área, você pode usar em outra. Se eu fosse dar uma dica, é ser mente aberta e tentar explorar as oportunidades o máximo possível”.

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Desenho à mão feito por Augusto, com inspiração na série de animação japonesa "Dragon Ball"

 

Vida no Japão

Logo após se formar, Augusto planejou o intercâmbio para o Japão, com apoio de uma empresa especializada. A aprovação no JLPT permitiu que ele obtivesse um visto estudantil para entrar no país asiático. Entre as universidades que poderia escolher, optou por uma das instituições mais renomadas na área das Artes Visuais: a Yokohama Design College.

Na faculdade, ele faz aulas de japonês pelas manhãs, de segunda a sexta-feira. Duas vezes por semana, tem aulas vespertinas de artes, que incluem lições de desenho para mangá. Algumas das melhores obras de Augusto, entre desenhos à mão e digitais, compõem esta reportagem e ilustram o traço autoral que o jovem desenvolveu. “Meu trabalho tem foco em mangá. Eu gosto de pegar personagens que já existem e fazer adaptações, colocá-los em um ambiente diferente, ou mudar o estilo, a roupa…Ou quando faço uma mistura, por exemplo, pego um personagem de Dragon Ball e faço no estilo de Naruto. E também gosto de fazer retratos e desenhar rostos realistas”.

O intercâmbio tem duração de seis meses, mas é prorrogável até o prazo de um ano e meio. A depender de seu desempenho na faculdade, Augusto pode receber uma bolsa para ajudar a custear os estudos. O objetivo do brasileiro é conseguir um emprego e, com isso, obter um visto de trabalho para seguir no Japão. “Se depender de mim, eu continuo morando no Japão. Eu gostaria muito de conseguir ter sucesso aqui, para quando eu voltar ao Brasil, eu ser alguém reconhecido”, afirmou. “Assim, as pessoas poderiam olhar para mim e pensar: ‘se ele conseguiu, eu também consigo!’”.

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Augusto Batista em Shibuya, centro comercial e financeiro de Tóquio, capital do Japão

 

Instituto de Estudos Japoneses

O IEJ oferece cursos semestrais de língua japonesa, nas modalidades presencial e remota, com aulas nos períodos da tarde e da noite, duas vezes por semana. Novas matrículas devem ser abertas entre 26 e 29 de fevereiro de 2024, com início das aulas previsto para março.

Os cursos oferecem certificado por horas de participação, e os valores para o próximo semestre ainda serão definidos. Os interessados deverão preencher um formulário que estará disponível no site do IEJ a partir de 19 de fevereiro.

Para aqueles que já têm conhecimento na língua, a inscrição será seguida de entrevista e teste de nivelamento. Para os iniciantes, será necessário apenas preencher o formulário e agendar a matrícula.