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A iniciativa é financiada pela Fundação Aracária e reúne representantes de sete universidades públicas do Paraná

Duas das características da contemporaneidade são a interatividade e o compartilhamento por meio de diferentes plataformas de serviços e de redes sociais. Essas práticas chegaram também à ciência. Esse movimento vem sendo chamado da ciência aberta. Se pensarmos que a ciência é pública, um bem comum, percebemos que, agora e no futuro, ela deverá ser cada vez mais compartilhada e cooperativa, assim como outros arranjos da sociedade. Pensando nisso, a Rede Paranaense de Ciência Cidadã na Escola (http://picce.ufpr.br), que reúne sete universidades públicas do Paraná, dentre elas a Universidade Estadual de Maringá (UEM), vem se mobilizando em prol da garantia da acessibilidade à produção do conhecimento científico.

“Cada vez mais se espera que a ciência seja acessível e transparente, envolvendo inclusive o controle social do fazer científico. Muitos países, inclusive o Brasil, assinaram junto à UNESCO um pacto para avançar na ciência aberta, que tem por princípio a ideia de que a investigação científica deve ser compartilhada e reutilizada. É uma nova forma de produzir e compartilhar o conhecimento não só com os colegas cientistas, mas com a sociedade em geral. Este compartilhamento é essencial para que a ciência tenha seu reconhecimento social e econômico”, escreveu a equipe do Picce, na defesa do projeto.

Equipe - A ciência aberta envolve a transparência para acompanhamento e avaliação e a acessibilidade das informações produzidas de forma simples e compreensível. Ainda quer garantir o acesso aos dados de pesquisa para que possam dar origem a novas investigações. “Ciência aberta é a translação do conhecimento científico para a sociedade. Um dos princípios da ciência aberta é a ciência cidadã”, explica a professora Débora Sant’ Ana, da equipe do Museu Dinâmico Interdisciplinar, que coordena o Picce, na UEM.

“A ciência cidadã é aquela em que todos os cidadãos se tornam cientistas, participando de todas as etapas da pesquisa. No Brasil a Rede de Ciência Cidadã congrega os principais pesquisadores e pensadores desta área”, completa a docente.

Atualmente, os principais projetos de ciência cidadã estão cadastrados na CIVIS, plataforma vinculada ao Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). Os projetos de ciência cidadã disponibilizam para a sociedade protocolos de coletas de dados que apresentam com rigor científico os passos para que as informações obtidas pela população possam ter veracidade científica, explicou o coordenador-geral do projeto, o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rodrigo Arantes Reis.

cacadores de araucariasUEM - Desde 2022, a Universidade Estadual de Maringá faz parte da Rede Paranaense de Ciência Cidadã na Escola (Picce), que reúne sete universidades públicas do Paraná e é coordenada pela UFPR. A iniciativa é uma das ações do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação de Divulgação Científica e Educação para Ciência (Napi-C²), financiado pela Fundação Araucária. No Picce, os estudantes e professores da rede pública de educação básica são participantes ativos da construção de projetos científicos e da coleta de dados de pesquisa.

Ao longo de 2022, foram testados 16 protocolos de ciência cidadã, em 52 escolas públicas de todas as regiões do Paraná. Os protocolos envolvem análise da cobertura do solo, de plantas medicinais e aromáticas, insetos polinizadores e transmissores de doenças, monitoramento da qualidade e pH da água em diferentes pontos do Estado, megafauna e lixo no litoral, segurança no trânsito, eficiência energética entre outros.

Na UEM, a professora Débora Sant´Ana, integrante da equipe do Museu Dinâmico Interdisciplinar (Mudi), coordena uma das equipes do Picce, formada por pesquisadores graduandos, graduados e professores da rede pública de educação básica. São seis bolsistas docentes de ensino fundamental e médio, dos quais quatro são de Maringá, de diferentes séries e escolas, e dois da cidade de Marialva. Duas estudantes de graduação, dos cursos de Farmácia e Odontologia e um graduado em Ciências Biológicas, completam a equipe de bolsistas deste projeto.

“Duzentos estudantes da educação básica atuaram como cientistas, neste segundo semestre de 2022, avaliando os objetivos e metodologia de coleta de dados dos temas pesquisados por meio da testagem de protocolos. Uma grande equipe organizada pela professora Claudia Mikie Kato, do colégio estadual Adaile Maria Leite, de Maringá, participou da validação do protocolo Araucaria Hunters, ou seja, caçadores de araucária (foto acima). Ao longo do primeiro semestre de 2023, serão testados novos protocolos e ampliados os participantes de forma a envolver mais escolas e municípios”, anunciou a professora Débora.

As informações sobre o PICCE podem ser obtidas no Site: https://picce.ufpr.br/; no Instagram: @picceparana; no Facebook: /picceparana. O contato com a equipe ainda pode ser feito pelo e-mail: piccecom@gmail.com.