capa livro

Obra tem como base a perspectiva da neurociência

O papel que as mães desempenham na vida de seus filhos é primordial para o desenvolvimento deles. Isso vem desde o momento inicial, em que o feto é gerado. É com elas que o primeiro vínculo é estabelecido. Pensando nisso, a professora Silvana Regina de Melo, pesquisadora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), idealizou o livro “O poder das mães. O que a neurociência tem a dizer”. A obra alia o conhecimento científico à maternidade e será tema de uma live, neste sábado (8).

 A professora Silvana conta que a ideia do livro surgiu durante a época do estágio de pós-doutorado, no Canadá. Ela trabalhou com um projeto que estudava os efeitos do estresse em várias idades. Um dos métodos de estudo era a separação de animais filhotes de suas mães, por determinado tempo. Ao unir a observação e a leitura de inúmeros artigos científicos, resolveu fazer uma associação entre o mundo animal e o humano.

“O livro tem três capítulos pequenos, de fácil leitura. Os dois primeiros são para introduzir o leitor aos conceitos de desenvolvimento do cérebro e estresse, temas complexos que tentei simplificar no livro. E o terceiro aborda tanto como o estresse da mãe interfere na formação do cérebro do feto, quanto como o carinho maternal é medicinal e até como as mães superprotetoras podem deixar sua cria menos resiliente”, explica Silvana de Melo.

 Contexto – No que se refere à importância da relação entre o pensamento científico e o tema da maternidade, a professora sente que esse é um passo fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade. Ela ressalta que, muitas vezes, algumas mães não se dão conta do valor que possuem para a formação de seus filhos e como o contexto em que elas estão inseridas também é um fator que interfere na ausência dessa percepção.

 A professora resume o poder que as mães possuem, afirmando que elas são superpoderosas por influenciarem na maneira como nossos cérebros são moldados, o que, consequentemente, influi em nossos comportamentos, na construção de nossa personalidade e em nossa inteligência. Ou seja, elas desempenham um papel essencial para a formação dos filhos, que se estende e reflete por toda a vida.

LIVRO MAE E NEUROCIENCIA LIVE

A pandemia e o estresse – Silvana ainda chama atenção para o período que estamos vivendo. Por conta da pandemia da Covid-19, a saúde mental da população está bastante abalada. Uma pesquisa feita pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) aponta que os casos de estresse e ansiedade dispararam, especialmente entre as mulheres.

Por conta desse fato, as gestantes, que já estão com os níveis de estresse descontrolados devido às alterações hormonais, podem estar sofrendo ainda mais efeitos físicos. Com isso, há a probabilidade do feto crescer em um ambiente com alto teor de cortisol (hormônio ligado ao estresse), o que pode levar a um comprometimento do desenvolvimento de seu cérebro do bebê.

Segundo a professora Silvana, há vários mecanismos que podem ser utilizados para amenizar o estresse desse momento e manter uma relação saudável entre mãe e filho.

 “Cada indivíduo tem que encontrar as atividades prazerosas que o faça relaxar, respirar e ter calma. Vale tudo: caminhar, pedalar, dançar, fazer jardinagem, fazer crochê, ler... Sabemos que atividade física ajuda a controlar os níveis de cortisol, mas é preciso encontrar a atividade que seja prazerosa para essa mãe. O afeto também é importante, por isso as relações sociais também ajudam. Enfim, encontrar o brincar dentro de cada um colabora para a redução do estresse.”

 A transmissão da live sobre o livro da professora ocorre no perfil do Instagram da Sociedade Literária Livros & Risos, a partir das 15 horas, neste sábado. Será a primeira atividade do quadro “Sociedade Literária Recebe”.

Serviço

Em Maringá, o livro “O poder das mães. O que a neurociência tem a dizer” está disponível para ser comprado na Papelaria Herval. Ele ainda pode ser adquirido no site da Amazon (versão e-book) e no da Livraria da Travessa.

 

 Texto produzido em colaboração com a estagiária da PEC/Mudi, Maria Eduarda de Souza Oliveira, aluna do curso de Comunicação e Multimeios da UEM.