foto 001 ruicuri Butantan2021

Livre-docente e doutor em Fisiologia Humana, profissional é aposentado pela USP (Crédito: Fundação Butantan)

Desde outubro de 2017, a Fundação Butantan tem como diretor-executivo um egresso da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o nova-esperancense Rui Curi. Graduado em Farmácia-Bioquímica pela UEM em 1980, é professor aposentado pela Universidade de São Paulo (USP), onde fez mestrado e doutorado em Fisiologia Humana. Tem cinco pós-doutorados internacionais, é livre-docente e professor titular na USP desde 1998.

A Fundação Butantan, criada em 1989, é o órgão de apoio administrativo às atividades científicas do Instituto Butantan, este vinculado à Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e fundado em 1901, à época como Instituto Serumtherapico. Como diretor-executivo, Curi tem o desafio de gerir os contratos firmados, o que inclui aqueles para a vacinação anticovid-19. “Nosso desafio é produzir e fornecer vacinas e soros para o Ministério da Saúde e, assim, atender a saúde pública brasileira”, frisa Curi.

Pelo menos 90% dos soros contra picadas de animais peçonhentos têm origem no Butantan, que se destaca nacional e internacionalmente na incorporação de tecnologias para uso em saúde humana. O diretor-executivo também exemplifica que “todas as doses de vacina da gripe comum no Brasil são produzidas no Butantan: anualmente, 80 milhões de doses, o que representa 10% da produção mundial dessa vacina”.

 

Lembranças da UEM

O livre-docente guarda com carinho os momentos vividos na UEM. Incentivado por seus então docentes da Estadual de Maringá, Curi teve contribuição nos estudos precursores sobre o adoçante natural estévia, cujo mercado está estimado em US$ 4 bilhões. Para saber mais, leia aqui. “A UEM tem uma massa de pesquisadores muito importante. São muito produtivos, criativos e dedicados! Conheço muitos deles e tenho admiração enorme pelo trabalho que é feito na universidade”, elogia o doutor, que vê na UEM uma instituição de Ensino, Pesquisa e Extensão com grandes contribuições a Maringá, onde está o câmpus sede, bem como ao Paraná e ao Brasil.

 

foto 002 ruicuri Butantan2021.jpg

Rui Curi (ao centro) em 1978, na UEM, durante experimentos de extração do esteviosídeo. À esquerda, professor Mauro Alvarez (já falecido); à direita, Roberto Bazotte (hoje professor, à época aluno)

 

Em 2018, enquanto profissional já bastante renomado, Curi recebeu da UEM o título de doutor honoris causa. Atualmente, além de dirigir a Fundação Butantan, ele é diretor técnico do Núcleo de Produção de Imunobiológicos do Centro Bioindustrial do Instituto Butantan. “Tenho muito orgulho de ter estudado na UEM, tenho muita saudade e muito carinho por esta universidade”, finaliza o diretor-executivo da Fundação Butantan.

 

foto 003 ruicuri Butantan2021.jpg

Título honorífico que Curi recebeu da UEM no ano de 2018

 

foto 004 ruicuri Butantan2021.jpg
Em 2018: Rui Curi (centro) com os então reitor e vice-reitor, Mauro Baesso e Julio Damasceno (à direita, atual reitor)

 

Pioneirismo na vacinação contra a pandemia

O Instituto Butantan, respeitada organização de pesquisa e amplamente lembrada por seus soros antiofídicos, é o principal produtor de imunobiológicos do Brasil e responsável pela produção nacional da CoronaVac, a única vacina anticovid-19 produzida no país até então, com matéria-prima enviada pelo laboratório chinês Sinovac Life Science, do grupo Sinovac Biotech.

Minutos após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter autorizado o uso emergencial da CoronaVac, no último dia 17, a primeira dose do imunizante foi aplicada, em São Paulo (SP). No dia seguinte, 4,6 milhões de frascos começaram a ser distribuídos para as cinco regiões brasileiras enquanto que 1,4 milhão de doses permaneceu no Estado de origem. No dia 20, o Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM-UEM) iniciou a imunização dos servidores. Até o momento, o HUM aplicou 774 doses.

 

foto 005 ruicuri Butantan2021.jpg

Hospital Universitário já vacinou 774 servidores com imunizante produzido no Butantan

 

De acordo com o consórcio nacional de imprensa, até ontem (28) mais de 1,5 milhão de pessoas no Brasil receberam a primeira de duas doses anticovid-19, sendo somadas aplicações da CoronaVac e da segunda vacina aprovada para uso emergencial pela Anvisa – a que é produzida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, ambas do Reino Unido, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e importadas do Instituto Sérum, da Índia.