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Projeto de pesquisa defende o desenvolvimento humano e crítico por meio dos jogos nas escolas

Iniciado neste ano, o projeto de pesquisa ‘Teoria histórico-cultural, pedagogia histórico-crítica e o trabalho educativo com o jogo na educação física escolar: balanço dos limites e possibilidades’ é um desdobramento da tese de doutorado em educação do professor do Departamento de Educação Física (DEF), Rogerio Massarotto de Oliveira, defendida em novembro de 2017, na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O projeto, que tem a duração de três anos, é coordenado por Oliveira e encontra-se na fase inicial de desenvolvimento. Tem como objetivo principal, organizar o ensino dos conhecimentos sobre o jogo na educação física escolar, buscando superar a organização contida nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) da Educação Física e, também, na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da área.

“O jogo nesses documentos, apresenta-se sob conceitos tecnicistas e pragmáticos, secundarizando os conhecimentos históricos e sociais, deste modo, seu ensino não articula as possibilidades de conhecimento da realidade social nem possibilita o avanço sistematizado das funções psíquicas superiores”, defende Oliveira.

Atualmente o projeto conta com dois docentes doutores do Departamento de Educação Física, 11 estudantes de educação física, um mestrando e uma mestra, que estudam a articulação do jogo com a teoria histórico cultural desenvolvida por Vigotski, Leontiev e Elkonin, que demonstram como o desenvolvimento humano ocorre. “Essa articulação, no âmbito do ensino sistematizado (escola) precisa ser organizado, tanto pelos conhecimentos mais avançados sobre o jogo a ser disponibilizados aos alunos, quanto pelas formas mais adequadas de ensino”, explica o coordenador.

O projeto defende que, na educação física, esse conteúdo assume importância quando é reconhecido como atividade social e, assim, possibilita o desenvolvimento das capacidades psíquicas. Para isso é necessário investigar o papel do jogo para o desenvolvimento das funções psíquicas superiores, tais como linguagem, signo, memória, pensamento, emoções, sensações, percepção e outras, pela correspondente mediação que o professor possibilita junto dos alunos. “Decorrente disso e de forma simultânea, as aptidões motoras também são desenvolvidas, uma vez que não é possível equilibrar-se, correr, lançar, pegar, obedecer regras, jogar, sem ter desenvolvido essas funções psíquicas, e que o jogo assume papel fundamental quando é organizado para essa finalidade educativa”, justifica Oliveira.

Com os fundamentos psicológicos, históricos, sociais e político-econômicos sustentados pela Teoria histórico-cultural, pela concepção materialista e dialética da história e com a Pedagogia histórico-crítica, os pesquisadores buscam organizar o ensino do jogo de forma que possibilite a humanização do ser humano. 

Interessados em participar do projeto de pesquisa podem entrar em contato, com o coordenador por meio do e-mail rmoliveira@uem.br.