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Grupo se reúne diariamente em plataforma de encontros pela internet

Depois de quase um ano de atividades presenciais, o grupo de meditação, criado por um projeto da Universidade Estadual de Maringá (UEM), vem funcionando, há quatro meses na modalidade on-line. A ideia é manter as reuniões do grupo, respeitando a necessidade de isolamento social, imposta pela pandemia provocada pelo surgimento do coronavírus. A iniciativa de sucesso se tornou modelo para outros estados do Brasil e outros países.

As atividades de meditação na UEM tiveram início em maio de 2019. São fruto de um convênio entre a Universidade e a Associação Internacional de Meditação e faz parte do projeto de extensão “Terapias alternativas como ferramentas para o desenvolvimento do bem estar individual e coletivo”, coordenado pelo professor do Departamento de Ciências Morfofisiológicas da UEM, Celso Ivam Conegero, e que é realizado no Museu Dinâmico Interdisciplinar (Mudi/UEM). “Este projeto consiste no desenvolvimento de atividades que permitem a comunidade em geral conhecer, aprender e colocar em prática terapias alternativas que são preconizadas pelo Sistema Único de Saúde: a meditação, a ioga e o Maharishi Ayurveda [ciência da vida, de origem hindu]”, explicou Conegero.

O projeto ainda conta com a coordenação do professor Gustavo Cerna Herrera, pela Associação Internacional de Meditação; com o apoio financeiro de uma entidade americana de incentivo à meditação, o Instituto David Lynch, por meio do acompanhamento da professora Flavia Baptista; e tem as atividades coordenadas, na UEM, pelas professoras Indra Karina Zubieta Merubia e Rosario Lourenço, ambas da Associação Internacional de Meditação.

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Indra Zubieta ao lado do professor Gustavo Cerna Herrera, da Associação Internacional de Meditação

Indra Zubieta contou que a modalidade praticada em Maringá é da Meditação Transcendental (MT). O objetivo é a criação de grupos de meditantes. Com isso, forma-se o que ela chama de grupo de coerência, pessoas unidas que contribuem para baixar os aspectos negativos da sociedade. Desenvolvendo o pleno potencial da mente, a pessoa melhora a saúde individual (estresse, ansiedade, depressão etc.), e modifica o comportamento social, ganha autoconfiança, se torna mais tolerante e feliz.

“Uma pesquisa científica demonstrou que, se 1% da população praticar a técnica da MT, há um impacto positivo na qualidade de vida de toda comunidade com baixa nos índices de criminalidade e, por outro lado, há melhora nos números da saúde pública, da economia e do bem-estar social. No Brasil, por exemplo, que tem cerca de 200 milhões de habitantes, 2 milhões de meditantes já seria suficiente para criar um grupo de coerência e a harmonia. Este fenômeno é o que chamamos de Efeito Maharishi”, destaca Indra.

MT em Maringá – Até agora, 506 pessoas aprenderam a meditar (436, em 2019; 70, 2020) nas turmas de capacitação promovidas pela UEM. A professora Indra lembrou que houve vários cursos oferecidos a pessoas da Universidade e de toda Maringá. Depois de uma semana de “treinamento”, o aluno do curso entrava no grupo de meditantes com compromisso diário de realizar a meditação transcendental.

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Os encontros de capacitação de meditantes foram realizados no Mudi (fotos de arquivo do grupo)

Os encontros ocorreram, presencialmente, entre maio de 2019 e março de 2020, em dois horários, na Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Maringá (Aduem). Com a suspensão das atividades na UEM, por causa da pandemia do novo coronavírus, que ocorreu no dia 16 de março, os coordenadores definiram a implantação de novas metodologias que viabilizassem a continuidade das atividades do projeto durante o período de isolamento social.

Assim, na tarde do dia 16, a meditação já foi realizada pelo aplicativo “ZOOM”. Já no primeiro encontro, 39 pessoas participaram, “mas este número tem aumentado diariamente, demonstrando uma boa aceitabilidade por parte dos meditantes. E, mais interessante: no dia seguinte, após uma reunião com os demais professores da América Latina e do Caribe, outros países desta região adotaram essa alternativa, assim como outros estados do Brasil”, acrescentou Indra.

Hoje, o grupo se reúne em quatro horários, de segunda a domingo: dois horários de Super Radiância, as 7 e 19 horas; e dois horários complementares: 9 e 17 horas. Além disso, utilizando o “ZOOM”, “os meditantes podem assistir a palestras virtuais sobre a meditação transcendental e o COVID-19, oferecidas, gratuitamente, pelos profissionais de saúde e pesquisadores com conhecimento prévio de MT. Temos tido adesão diária média de 800 a 1000 participantes, em nível de Brasil; e de 200 a 250 participantes de Maringá”, informa o coordenador Celso Conegero.

Impacto – A interação on-line traz, ainda, novos contornos ao projeto, em tempos de pandemia. Um deles são as postagens sobre as experiências dos meditantes. “São depoimentos muito lindos, nos quais as pessoas escrevem que a meditação transcendental está ajudando a enfrentar a pandemia com calma, sem ansiedade e muita esperança. Outros falam como a MT mudou suas vidas”, destacou a professora Indra.   

“A MT tem me propiciado tranquilidade e disciplina neste período de isolamento social. As palestras, vídeos e os ensinamentos têm me norteado na busca de conhecer a mim mesma”, disse Teresa Udo. “Medito duas vezes por dia, sozinha ou pelo ZOOM. Isso tem ajudado a controlar a minha ansiedade, especialmente, nesta época de isolamento, que tem sido tão difícil. Além disso, cada pratica é muito prazerosa”, escreveu Mirtha Amanda Angulo Valencia, no WhatsApp do grupo.

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Cristina Araújo e Lucas Garcia, meditantes da UEM (fotos de arquivo pessoal)

Lucas Rogério Garcia, que medita duas vezes por dia, disse, também, que é gostoso meditar. “O momento da prática é muito prazeroso e sinto que este período de isolamento seria mais difícil sem eles. Realizo minhas atividades com mais tranquilidade e percebo que me observo melhor agora”, declarou o estudante.

“A meditação me ajudou em relação à ansiedade, principalmente, no aspecto de manter o peso. Antes, emagrecia e engordava, constantemente. Hoje, consigo manter o meu peso. Além disso, o relacionamento com meus familiares, amigos e colegas de trabalho, melhorou muito. Sou imensamente grata a todos que contribuem para a manutenção do Projeto de MT, pois, realmente, mudou a minha vida. Se pudesse resumir a MT em uma palavra seria: felicidade”, disse Maria Cristina Lopes Miranda de Araújo.

“Sigo meditando uma vez ao dia, bem cedinho, antes do dia raiar. Sinto que, quando não realizo a meditação, algo sai do eixo, desalinha, aí, percebo... faltou o remedinho do dia. Então busco parar, respirar, me alinhar. A meditação me traz para o lugar de segurança. Acredito que esta é a sensação ao meditar, SE-GU-RAN-ÇA. Segurança de que eu consigo, de que eu posso me manter tranquila. Eu percebo uma conexão com algo maior, mais forte, abstrato, que me acalenta e me diz: tudo está e continuará bem”, explicou a enfermeira Josane Rosenilda da Costa.

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A enfermeira Josane Costa e a colaboradora do Projeto, Adriana Bertola (fotos de arquivo pessoal)

“Passei anos sofrendo com crises de ansiedade. Não conseguia mais dormir sem medicamentos. Soube, então, do início da formação de grupos na UEM. Mesmo não acreditando que seria eficaz, estava disposta a tentar. Consegui vaga na segunda turma. Em apenas uma semana, estava conseguindo dormir sem medicamentos. A meditação transcendental me trouxe qualidade de vida. Fiquei tão animada, que quis ajudar, fiz o curso de controladora e passei a auxiliar meus colegas na prática coletiva, como forma de retribuir o bem que me fez”, acrescentou Adriana dos Santos Bertola. 

Se você se interessou, saiba como participar deste grupo. Em primeiro lugar, a pessoa tem que ter aprendido a técnica da meditação transcendental com um professor credenciado pela Associação Internacional de Meditação. Se você não tem a capacitação, basta entrar em contato com a página: www.meditacaotranscendental.com.br. Aqueles que têm a formação devem escrever para o seu professor de MT ou entrar em contato com Indra Zubieta. O WhatsApp dela é o +59170425185.