2019 05 10 Visita do Senador Flavio Arns MG 8158

Parlamentar ficou de buscar soluções para resolver a falta de recursos e de pessoal na instituição; veja fotos da visita

Reunidos com o senador Flávio Arns (Rede), o reitor e o vice-reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Julio Damasceno e Ricardo Dias Silva, expuseram a situação caótica da instituição devido ao corte de verbas e a não reposição de pessoal, e solicitaram ajuda do parlamentar para tentar reverter a conjuntura.

Acompanhado do segundo suplente Flávio Vicente, Arns recebeu dos gestores da UEM algumas publicações, incluindo o relatório das obras inacabadas no câmpus sede e nos câmpus regionais, e o catálogo das patentes obtidas pela Universidade.

O encontro ocorreu no Gabinete da Reitoria e reuniu também a equipe de pró-reitores e assessores da atual administração, além da superintendente do hospital universitário, Elizabete Kobayashi, que relataram como é preocupante o quadro em áreas como laboratórios encarregados de exames para a detecção de doenças tropicais, a rede de assistência pedagógica e psicológica ao egresso do sistema penitenciário e o atraso na conclusão de blocos didáticos, da saúde e o centro de convenções.

Um exemplo dado pela pró-reitora de Extensão e Cultura, Débora de Mello Gonçales Sant’Ana, mostra o déficit financeiro cada vez maior nas operações do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas (Lepac), sob o risco de fechar. Segundo ela, como a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) não é corrigida desde 2009, o setor precisa cobrir a diferença entre o custo dos testes e análises e o que recebe do Ministério da Saúde.

Segundo Débora, há cerca de dois anos um projeto da UEM destinado a tratar a hepatite aguarda verba de emenda parlamentar para ser viabilizado.

O hospital universitário está aguardando recursos para ao menos equipar o setor já construído com o objetivo de abrigar 108 novos leitos. 

Outra preocupação da Universidade é desburocratizar a política de internacionalização no que diz respeito aos acordos de cooperação com instituições de ensino superior de diversos países. Conforme a assessora do Escritório de Cooperação Internacional (ECI), Sandra Schiavi, a facilitação visando à execução dos intercâmbios irá favorecer muito a UEM.

Demandas

Para o reitor, o corte anunciado pelo governo federal na educação, incluindo o descaso em relação aos cursos das áreas de ciências humanas, é um convite ao desestímulo à formação de novos graduados em licenciaturas.

Damasceno reforçou a vocação da Universidade Estadual de Maringá em ser uma instituição decidida a impactar o desenvolvimento das regiões onde está inserida, falou sobre o potencial humano da UEM, reflexo da uma agressiva política de verticalização do ensino no passado, citou a discussão que tem ocorrido sobre os efeitos a serem causados pelos cortes das bolsas de estudos pelo MEC e ainda relatou o trabalho feito pela atual gestão ao visitar líderes empresariais, políticos e representantes da sociedade civil organizada para apresentar o quadro preocupante da instituição.

A não reposição de servidores pode provocar, segundo o reitor, o comprometimento de alguns programas de pós-graduação, entre eles um cujos professores deverão estar aposentados no período de seis meses.

Falando sobre as obras inacabadas, Damasceno disse que serão necessários em torno de R$ 50 milhões para terminar os blocos auditados, incluindo edificações do hospital universitário.

O contingenciamento de 30% na receita própria das universidades estaduais, pelo governo do Paraná, tem sufocado ainda mais as instituições, pois, de acordo com o reitor, o Estado repassa dinheiro suficiente apenas para cobrir despesas como água, luz, telefone e alguns tipos de bolsas.

Membro da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, Arns mencionou a possibilidade de se convidar autoridades do MEC para explicar os cortes financeiros nas universidades e também disse ser possível abrigar, na Comissão, um debate sobre os problemas da saúde envolvendo os hospitais universitários.

O senador entende que além das emendas parlamentares, pode haver outros caminhos na busca de recursos para suprir as necessidades desta área no ensino superior, como por exemplo o orçamento do Ministério da Saúde.

Ele se colocou à disposição da UEM para ouvir e encaminhar as demandas e se prontificou a participar, no final deste mês, em Brasília, de uma audiência entre o reitor Damasceno e o senador Álvaro Dias (PODE). Segundo Arns, aproveitando a boa relação política entre os três senadores paranaenses seria prudente também que Oriovisto Guimarães (PODE) pudesse participar deste encontro.

Pró-reitores e assessores ficaram de encaminhar a Flávio Arns levantamentos completos sobre a situação em algumas áreas específicas da UEM, para subsidiá-lo na busca de auxílio político para a Universidade.

 

Reportagem atualizada em 14/05/2019 às 9h25.