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Rogério Fernandes esteve na cidade por cinco dias; galeria de fotos da palestra neste link

Até o momento são 230 mortos, 395 sobreviventes localizados e 47 pessoas ainda desaparecidas em Brumadinho (MG), de acordo com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais. Rogério Pires Fernandes, 34, condutor-socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), acompanhou a tragédia de perto após se voluntariar para ajudar no pós-rompimento da barragem de rejeitos de minério do Córrego do Feijão, ocorrido em 25 de janeiro de 2019.

Fernandes trabalha no Samu de Arapongas (PR) há dez anos e esteve ontem (17) à noite na Universidade Estadual de Maringá (UEM), a convite dos membros da Liga Acadêmica de Urgência e Emergência (Lauem). Em palestra gratuita no anfiteatro do Bloco E-90, contou sua experiência com “Gerenciamento de Grandes Desastres”, exemplificando especialmente o dramático caso de Brumadinho.

De 27 a 31 de janeiro, primeira semana após o ocorrido, o socorrista esteve na cidade acompanhado de um enfermeiro de Arapongas e um técnico de enfermagem de Maringá (PR), além de toda a equipe de voluntários que se deslocaram para Brumadinho. O relato é impressionante! “Nosso trabalho consistiu na área ‘morna’, nas residências que foram afetadas. Infelizmente, acabamos não encontrando sobreviventes. Encontramos quatro corpos inteiros e coletamos pedaços de corpos”. Além de seres humanos, nas buscas houve resgate de mais de mil animais.

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Profissional do Samu encontrou 4 mortos e nenhum sobrevivente

 

Embora seja muito experiente, foi a primeira vez que Fernandes trabalhou num cenário dessa proporção, “tanto na magnitude do acontecimento quanto na logística que foi desprendida pelas forças federais, estaduais, Defesa Civil, Cruz Vermelha e voluntários”. Sem dúvida, o impacto nos socorristas fica acima da perspectiva profissional e atinge a esfera pessoal. “Tinha dias que caminhávamos cerca de 25 km em busca de vivos ou não. Pensávamos em desistir, mas lembrávamos que o problema de muitas famílias era muito maior que o nosso: como é que você vai dormir sem saber se seu parente está vivo ou morto? Não existe dor maior”.

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