Sonia sem microfone

Evento será na sexta-feira, na Aduem, e ela vai falar também, ao lado de outros líderes, sobre a inserção dos povos indígenas

A pré-candidata a vice-presidente da República pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Sônia Guajajara, estará na cidade, na sexta-feira (20), a convite da Universidade Estadual de Maringá (UEM), para discutir, ao lado de outros líderes indígenas e do partido, os mais recentes eventos políticos no Brasil e a inserção política e social dos indígenas do Paraná e do Brasil na Universidade e na política.

Além de Sônia, que é presidente nacional da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), já confirmaram presença o coordenador-geral da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul do Brasil (Arpin - Sul), Marciano Rodrigues; a coordenadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afro-Brasileiros (Neiab), da UEM; Eliane Oliveira; e o pré-candidato ao Senado pelo PSOL/Paraná, Rodrigo Tomazini.

O encontro terá início às 9 horas, no auditório da Associação dos Docentes da UEM (Aduem), à rua Professor Itamar Orlando Soares, 305, Jardim Universitário, ao lado do câmpus.

Diversos professores universitários, além de especialistas no assunto, militantes de direitos humanos e representantes indígenas participarão do evento, com o objetivo de debater a urgência das questões ambientais, políticas e dos povos originários do Brasil.

Para os pesquisadores e autoridades que trabalham a temática indígena, será um momento de discussão e repasse de demandas dos estudantes indígenas e também de outros  movimentos da UEM.

Nordestina e indígena, Sônia Guajajara, de 44 anos, vai compor, com Guilherme Boulos (foto abaixo), pré-candidato a presidente da República pelo PSOL, a chapa do partido para a sucessão de Michel Temer (PMDB) nas eleições de 2018. 

Sonia com Boulos

Ela é uma das maiores lideranças ambientais do País, unificando mais de 305 povos em torno de pautas que combatem os interesses dos setores mais poderosos da sociedade brasileira.

É a primeira vez na história do Brasil que uma indígena vai integrar uma chapa para disputar a Presidência da República. A pré-candidatura do PSOL é uma aliança com diversos movimentos sociais e simboliza os mais de 500 anos de luta dos povos oprimidos do Brasil, em defesa de um programa de justiça, igualdade e defesa de direitos.

Vida e militância

Sônia pertence ao povo Guajajara/Tentehar, que habita as matas da Terra Indígena Arariboia, no Maranhão. Filha de pais analfabetos, deixou suas origens pela primeira vez aos 15 anos, quando recebeu ajuda da Fundação Nacional do Índio (Funai) para cursar o ensino médio em Minas Gerais. Depois, voltou para o Maranhão, onde se formou em Letras e Enfermagem e fez pós-graduação em Educação Especial.

A militância indígena e ambiental dela começou ainda na juventude, nos movimentos de base, e logo chegou ao Congresso Nacional – onde Guajajara foi linha de frente contra uma série de projetos que retiravam direitos e ameaçavam o meio ambiente. Em poucos anos, ela ganhou projeção internacional pela luta travada em nome dos direitos dos povos originários.

arte do encontro

Em 2010, Guajajara entregou o prêmio Motosserra de Ouro para Kátia Abreu, à época ministra da Agricultura, em protesto contra as alterações do Código Florestal. Tem voz no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) e já levou denúncias às Conferências Mundiais do Clima (COP) de 2009 à 2017, além do Parlamento Europeu, entre outros órgãos e instâncias internacionais. 

No ano passado, discursou contra o governo Temer e pela demarcação de terras indígenas durante o Rock in Rio, a convite da cantora Alicia Keys.

Sônia Guajajara já recebeu vários prêmios e honrarias, como o Prêmio Ordem do Mérito Cultural 2015 do Ministério da Cultura, entregue pela então presidente Dilma Rousseff (PT). Também foi agraciada com a Medalha 18 de Janeiro pelo Centro de Promoção da Cidadania e Defesa dos Direitos Humanos Padre Josimo, em 2015, e com a Medalha Honra ao Mérito do Governo do Estado do Maranhão, pela grande articulação com os órgãos governamentais no período das queimadas na Terra Indígena Arariboia.

Outras informações sobre o evento de sexta-feira (20) podem ser obtidas no facebook.

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