A Presidente Dilma Rousseff elogiou em seu Facebook uma parceria entre a Brown University, dos Estados Unidos, e a Universidade Estadual de Maringá. Trata-se do projeto Opening Archives.

No texto de título EUA apoiaram o golpe, a presidente admite oficialmente o envolvimento dos Estados Unidos com a ditadura brasileira. “Na forma de milhares de documentos descobertos nos dois países, comprovou-se o quanto o governo norte-americano foi responsável pelas atrocidades cometidas durante a repressão militar no Brasil. [...] em uma excelente parceria da universidade Brown, de Providence (Rhode Island), com a Universidade Estadual de Maringá, os documentos do Departamento de Estado dos EUA sobre o Brasil, produzidos entre 1963-1973, foram digitalizados e disponibilizados em um site de acesso livre”, destaca o post, que termina com a frase: “a inciativa nada mais é que uma maneira justa de trazer à tona todos os responsáveis pelos terríveis #anosdechumbo”. 

O Projeto Opening Archives é fruto do trabalho de um grupo de alunos brasileiros e norte-americanos, coordenado pelos professores James Green, da Brown University, e Sidnei Munhoz, da UEM. A equipe digitalizou inúmeros documentos que estão sendo catalogados e disponibilizados na internet.

“É um trabalho lento que inclui, além da digitalização, a leitura, categorização em palavras-chave e a colocação num banco de dados, para que possa ser acessado. Foram cerca de nove meses trabalhando e ainda não chegamos ao fim do processo", explicou Munhoz.

Folha - Marcando o aniversário de cinqüenta anos do Golpe Militar no Brasil, a Folha de São Paulo também publicou matéria, na última quarta-feira (26), registrando que o projeto acaba de se comprometer a contribuir com as pesquisas da Comissão Nacional da Verdade.

Todos os documentos que estão armazenados nos Estados Unidos e contêm informações sobre a ditadura militar brasileira e vêm sendo digitalizados poderão ajudar a elucidar fatos até agora sem solução. A viabilização do acesso aos arquivos nos EUA é de responsabilidade de James Green, professor de estudos brasileiros da Universidade Brown.

Já estão disponíveis telegramas na rede memorandos e relatórios escritos por diplomatas norte-americanos que viviam no Brasil na época do golpe e enviavam para Washington informações sobre a política brasileira durante a ditadura. A maior parte desses documentos é originária do Departamento de Estado dos EUA e está sob a guarda do National Archives and Records Administration, o Arquivo Nacional norte-americano.

O acesso ao material já digitalizado pode ser feito pelo endereço eletrônico do Opening Archives http://library.brown.edu/openingthearchives/, “que ainda está em fase de construção”, salienta o professor Sidnei Munhoz.

Mídia regional – Além da Folha de S. Paulo, a CBN Maringá, Folha de Londrina, e as redes de televisão SBT e Record também divulgaram a parceria UEM/Brown, mostrando a importância do projeto para o país. “Sem falar em entrevistas sobre o golpe em jornais como O Diário e na publicação da Associação Nacional de História, que veiculou texto sobre a iniciativa em seu site”, completa Munhoz.