Durante a solenidade de lançamento da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e em Favor da Vida, realizada na Associação dos Funcionários da UEM, nesta quarta-feira, dia 5, foi criado o Comitê da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e em Favor da Vida. Ele funcionará provisoriamente nas instalações do Núcleo de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável da UEM (Nads), bloco 21, sala 15, fone 3011-5825.

Essa mesma campanha já foi lançada em doze estados brasileiros. Na UEM, o líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, destacou a dependência da agricultura de insumos tóxicos e as implicações sociais, econômicas e para saúde resultante do seu uso intensivo. Comentou que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo e que a viabilidade da agropecuária sem venenos pode ser comprovada pelos exemplos experimentados por países como França, Índia, China. Alertou para uso crescente do avião agrícola na região e as suas consequências para a saúde animal e humana. Esta prática, de acordo com Stédile, já é proibida em países europeus.

O coordenador do Nads, José Ozinaldo de Sena, falou sobre os desafios na academia em formar profissionais com essa visão, já que o enfoque é reducionista, privilegiando o modelo agropecuário convencional, com uso de adubos sintéticos e reguladores de crescimento, entre outros. Catarina Makiyama, do Proação UEM, mostrou-se preocupada com a questão e disse estar comprometida com a campanha. Informou, inclusive, que no dia 17, às 19h30, no bloco J-45, haverá um debate sobre os Direitos Humanos à Alimentação Adequada.

Também falaram Edson Pilatti, do Fórum Intermunicipal do Lixo e da Cidadania, Renato Bariani, do Conselho Municipal de Saúde de Maringá, padre Zenildo, coordenador regional do Caritas Paraná, Dominique Guhur, da Escola Milton Santos, e Carlos Cardoso, coordenador regional do MST. Eles centraram as falas sobre a questão do veneno na mesa interessar a todos os cidadãos urbanos ou rurais; de que a agricultura industrial articula contra os interesses da sociedade, porque a obriga a consumir veneno para obter lucro; de que a questão não é técnica, mas econômica, na medida em que podem ser utilizados outros modelos de produção, como as com base ecológica; entre outros.

No evento foi distribuído material da campanha, que inclui o documentário O Veneno Está na Mesa, disponível link http://www.youtube.com/watch?v=8RVAgD44AGg. Stédile concede entrevista à Rádio UEM nesta sexta-feira, dia 7, às 14 horas, e à TV UEM logo em seguida.