O professor e pesquisador da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Paulo Mathias, reiterou, nesta sexta-feira (28), durante a abertura do I Simpósio do Núcleo de Estudos em Diabetes e Obesidade da UEM (Nedo), que existe uma epidemia de sobrepeso e obesidade no Brasil.

Mathias recorreu a um levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) segundo o qual nos últimos 10 anos o número de crianças de baixo peso foram superadas por aquelas de peso mais elevado. “Com esses dados podemos perceber que há uma epidemia de sobrepeso e obesidade na população. Isso exige grandes investimentos públicos.” 

Responsável pela coordenação do evento, ele falou sobre a importância da realização de discussões envolvendo a obesidade e o diabetes, já que isso, segundo ele, está diretamente ligado ao desenvolvimento do País.

Participaram também da solenidade a diretora e a vice-diretora do Centro de Pesquisas Biológicas da UEM, Khatia Mathias Mourão e Sônia Molinari. Khatia ressaltou que discussões sobre a obesidade e diabetes devem ser constantemente realizadas.

Durante o simpósio, foram apresentadas pesquisas que estão sendo realizadas com o objetivo de descobrir as diversas causas e conseqüências da obesidade e também do diabetes. Uma das causas levantadas foi a mudança dos hábitos alimentares da população ao longo dos anos associada ao sedentarismo. Além disso, outros fatores também podem iniciar um quadro de obesidade, como os de ordem genética e de alterações no sistema endócrino e nervoso central.

Entre os pesquisadores que apresentaram trabalhos, Sabrina Gassiolli falou sobre a relação da obesidade com o sistema nervoso e da importância da prática de exercícios físicos. “O sedentarismo pode ser determinante para o aparecimento da obesidade e nenhum remédio é tão eficaz quanto a prática de atividade física”, afirmou.

Segundo Sabrina, a doença não é só um problema estético e psicológico. “É muito maior do que se pensa, porque prejudica principalmente a saúde e isso acaba exigindo ações e investimentos do governo.”

Sobre o diabetes, foi ressaltado que a insulina (hormônio responsável pela redução da taxa de glicose no sangue) tem um papel primário na obesidade e que constantes pesquisas são realizadas para que tratamentos cada vez mais eficazes sejam descobertos. 

Pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) apresentaram um estudo feito com ratos sobre a regulação da secreção de insulina. Esses animais eram cultivados com o objetivo de se analisar diversas reações do organismo diante de situações diversas na regulação da secreção de insulina.