Para concluir uma pesquisa visando obter o resultado de um teste que vai ajudar no diagnóstico da Doença de Crohn, a estudante Andressa Alves Fernandes Gonçalves, do curso de mestrado em Ciências da Saúde, da Universidade Estadual de Maringá, precisa de voluntários portadores da enfermidade, para serem submetidos ao teste. Os dados e a identificação dos pacientes serão sigilosos de acordo com o projeto aprovado pelo Comitê de Bioética da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Entre vários exames clínicos e colonocópicos para o diagnóstico preciso da Doença de Crohn, o teste de ASCA reforça o diagnóstico, investigando a presença de anticorpos anti Saccharomyces cerevisiae. O teste é feito por meio da coleta de sangue da pessoa, onde os níveis desses anticorpos são significativos em pacientes com Doença de Crohn. Embora seja um exame feito em outros países, no Brasil ele não é aplicado com rotina, por ter o custo alto e nem ter a cobertura dos planos médicos e do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em paralelo a esse teste, Andressa quer descobrir se determinadas diferenças genéticas, ligadas ao DNA da pessoa, podem influenciar na ocorrência da Doença de Crohn. Caso encontre alguma associação entre a doença e um certo marcador genético, será possível estabelecer o risco relativo de quem possui esse marcador ou mesmo reforçar o diagnóstico clínico da doença, como a Espondilite Anquilosante e o HLA-B27 e a Doença Celíaca e HLA-DQB*0302.

A doença é uma patologia de origem auto-imune, que afeta todo o trato digestório, desde a boca até o ânus. O mal pode provocar dores abdominais, diarréia, sangramento intestinal, dores articulares, problemas nos olhos e na pele.

Ele pode se manifestar em qualquer idade, mas é mais comum em adultos jovens. Quando descoberto em crianças e não diagnosticado e não tratado de maneira resoluta e imediata, pode desencadear desordens no crescimento, atraso na puberdade e baixo desempenho escolar.

Nos adultos, a Doença de Crohn pode causar, além de desconfortos, má absorção de nutrientes e evoluir a ponto de ser necessária a retirada de partes do intestino.

A enfermidade não tem cura e o tratamento exige a atuação de uma equipe multidisciplinar, envolvendo médicos, nutricionista e psicólogo. A parte medicamentosa é baseada em imunossupressores, para reduzir a exacerbação do sistema imunológico. O estresse e a ingestão de alimentos industrializados são alguns dos fatores responsáveis pela disseminação da doença.

A pesquisa de Andressa é orientada pela professora Luiza Tamie Tsuneto, da UEM. Por se tratar de um estudo multiprofissional, um grupo de professores pesquisadores da área da Enfermagem irá, por meio de entrevistas, investigar o cuidar emocional da família do paciente.

Os interessados em colaborar, como voluntários, neste estudo, poderão entrar em contato com a mestranda, por meio do e-mail dressa06@hotmail.com ou pelo telefone celular 44 8808-6336.