Foi aberta hoje (18), a exposição Uma História: Museu da Bacia do Paraná, na UEM.  É o museu contando a sua própria trajetória, por meio de fotos, documentos e de parte de um acervo acumulado ao longo dos 34 anos de funcionamento do Museu.

O acervo do Museu Bacia do Paraná é composto de painéis fotográficos, documentos, álbuns fotográficos, aparelhos topográficos, equipamentos de escritórios, fragmentos de troncos vegetais, que contam a história da região de Maringá. Periodicamente são montadas exposições temáticas.

As primeiras iniciativas visando a implantação de um museu, estatutariamente, preconizado como órgão suplementar, na UEM, surgiram em agosto de 1972 quando o então reitor, José Carlos Cal Garcia, instituiu o Museu da Colonização, tendo como coordenador Anibal Bianchini da Rocha.

Como a instalação definitiva da Universidade no Câmpus Universitário requeria altos investimentos na construção dos pavilhões didáticos (aulas e laboratórios) e administrativos, em função da escassez de recursos, praticamente, o Museu da Colonização não saiu do papel.

O mesmo reitor retoma esforços com relação ao museu e determina a implantação do mesmo, porém, com atividades mais amplas que o anterior (Museu da Colonização), visando, agora, as ciências naturais e humanas e numa área de atuação bem mais extensa.

Desta forma, surge o Museu da Bacia do Paraná (MBP), com o objetivo de coordenar o desenvolvimento de pesquisas na região da bacia hidrográfica do rio Paraná e servir como centro de aglutinação dos fatos relativos à memória da cidade de Maringá e adjacências.

Com ênfase nesta proposta instituiu-se um fórum de debates na universidade. Realiza-se o I Fórum de Debates da UEM , sob a coordenação dos professores João Correia de Andrade e Silva e Carlos Araújo Moreira Neto, com efetivação nos dias 23, 24 e 25 de janeiro de 1974.

Diversos representantes da comunidade museológica e científica do País estiveram presentes e delinearam, durante o Fórum, as características gerais de atuação do futuro museu.

Apesar de toda essa manifestação altamente produtiva e da intenção da administração, ainda não foi desta vez que o museu se tornou realidade; repetiu-se o que já havia ocorrido com o Museu da Colonização.

Nos anos que se seguiram ao I Fórum de Debates da UEM, o Museu da Bacia do Paraná ficou condicionado ao esquecimento. A Universidade lutava pela sobrevivência. Os recursos financeiros escassos mal davam para a sustentação do ensino e o próprio pessoal. Assim, a criação de órgãos suplementares ficava comprometida na medida em que os recursos eram canalizados para cobrir despesas, as quais eram bastante grandes.

Com a recuperação financeira da Instituição na gestão do Reitor Rodolfo Purpur, os horizontes da UEM começaram a ser ampliados e uma nova perspectiva surgiu voltada ao museu, pois a Universidade agora revigorada pode voltar-se, além do ensino e da pesquisa, à extensão.

Em 20 de março de 1979, o reitor Neumar Adélio Godoy assinou portaria instituindo um grupo de trabalho com o objetivo de elaborar o projeto de instalação do Museu da Bacia do Paraná.

Posteriormente, em 15 de outubro de 1979, a sede do MBP é o Edifício D (Rua Monte Paschoal, 65, ao lado do Instituto de Línguas - ILG, fundos do Instituto Estadual de Educação de Maringá), com a coordenação do mesmo a cargo do Professor Sergio Luiz Thomaz.

O acervo inicial foi composto por uma coleção entomológica cedida pelo Departamento de Biologia, que era objeto de visitação pelos escolares. A estrutura física era precária; pois o espaço muito reduzido impossibilitava, inclusive, uma estrutura funcional adequada.

Todavia, esse começo simples, porém efetivo, possibilitou a montagem de um processo visando obter-se, junto à Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, a cessão de seu acervo histórico, particular, sobre a cidade de Maringá.

Salienta-se, neste ponto, a posição altamente favorável ao atendimento do solicitado pela UEM por parte de Hermann de Moraes Barros, superintendente da CMNP, que desde os contactos iniciais manifestou a maior boa vontade no desenvolvimento das conversações.

Desta maneira, deu-se a transferência para o Museu da Bacia do Paraná, de painéis fotográficos, documentos, álbuns fotográficos, aparelhos topográficos, equipamentos de escritórios, fragmentos de troncos vegetais, etc., pertencentes ao acervo da Companhia e que, a partir desse momento, se integrariam ao MBP.

Estabelecida esta etapa, a UEM viu-se na necessidade de definir um espaço maior para o funcionamento do museu, pois o bloco D não apresentava condições para esse fim.

Foi alugada uma residência na esquina da rua Vaz Caminha com a avenida Tiradentes (Zona 2) e, aí, na data de 5 de maio de 1982 foi inaugurado, oficialmente, o Museu da Bacia do Paraná.

A sede definitiva foi obtida através da doação que a CMNP fez da primeira casa de madeira construída em Maringá (Maringá Novo). A mesma foi desmontada em seu local original, removida e remontada no câmpus universitário, exatamente como era. Sua inauguração deu-se no dia 14 de abril de 1984.

A partir desta data, como constante em seu plano de implantação, o MBP iniciou uma série de atividades com o objetivo de ampliar o seu acervo. Da mesma forma, direcionou uma série de eventos procurando ratificar a sua existência e, ao mesmo tempo, integrar-se à comunidade como um local de cultura, que, além de preservar a memória de um povo, funcionaria como um complemento do ensino formal.

Sua reserva técnica foi grandemente ampliada através das inúmeras doações feitas pela comunidade; seus arquivos permitem as mais diversas pesquisas de cunho social; seu espaço foi acrescido de um anexo que, mantendo as linhas arquitetônicas, se integrou num complexo edificado.

Atualmente, o Museu da Bacia do Paraná está inserido à comunidade e cumpre o seu papel como entidade museológica do país devidamente credenciado e incluso no Guia de Museus Brasileiros (São Paulo, 1997).

A exposição estará aberta ao público até o dia 31 deste mês, sempre de segunda à sexta-feira, das 8 às 11 horas e das 14 às 17 horas. Os interessados em agendar visitas podem entrar em contato pelo telefone (44) 3261- 4294.